sexta-feira, outubro 12, 2012

Sem vigilância

Ou ‘o que você queria fazer se ninguém te vê‘.
Reparei nesse efeito recentemente, e acredito que afeta em maior ou menor grau todo brasileiro expat por aqui.

O Brasil simplesmente é muito longe. Muito longe em fuso, muito longe em distância. Consequência direta é que a distância emocional só tende a aumentar.

Nós lá somos de uma cultura bastante vigilante. É muita fofoca, muita gente cuidando da vida alheia. Vizinhos, colegas de trabalho, amigos, conhecidos, família, tudo. Existe uma restrição bem grande do que você pode ou não fazer, porque inevitavelmente conhecidos vão comentar, sua família vai ficar sabendo e sempre dá pano pra manga.

Aqui estamos distantes dessa realidade. Temos alguns grandes amigos, gente que não interessa o que aconteça estará te apoiando (e por consequência, você não liga pra opinião dessas pessoas). E tem os conhecidos, que sinceramente, estão pouco se lixando pro que você faz.

Somos livres de uma maneira muito estranha. E muitas vezes nem nos ligamos do quanto a vigilância anterior ou mesmo os referenciais anteriores nos afetavam. Isso explica porque tem TANTO brasileiro fazendo coisa fora da casinha.

Afinal, o que acontece na Austrália, fica na Austrália.

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