terça-feira, dezembro 09, 2014

Mandando dinheiro do Brasil (e vice versa)

Tem sido uma dúvida comum da galera que tá chegando, e aparentemente eu não escrevi por aqui (como???)

Transações internacionais são passíveis de cobrança de IOF. Isso é, se vc trouxer cartão de crédito ou VTM do Brasil, você vai pagar 6.38% (algo assim).

Existem pessoas que usam o HSBC Premier pra usar dinheiro de lá e vice versa (acho que IOF é só 0.38%). Eu não achei que valia a pena por nada, primeiro que acho HSBC um dos piores atendimentos possíveis, segundo que a quantidade de relato de gente que esse troço não funciona ou para de funcionar sem explicação é incrível. E ninguém consegue consertar. Tem pouquíssimos caixas HSBC por aqui, então pense direitinho e tenha sempre um plano B caso o dinheiro esteja travado lá.

O que curiosamente pouca gente sabe é que é possível fazer transações internacionais, e o IOF é só 0.38%. Se você for no site de qualquer grande banco aussie (Commonwealth ou NAB, por exemplo), é possível abrir uma conta online em menos de 4 dias úteis. Commonwealth te dá a conta na hora (aparentemente cobra 11 doletas por cada transação recebida do exterior...), NAB leva uns 3 ou 4 dias (eu acredito que não cobrem transação recebida). Desconheço política do ANZ ou do Westpac. Eu acho os bancos aqui todos muito parecidos, ainda mais pra quem tá chegando não vai fazer grandes diferenças.

Com os dados da conta em mãos (Swift, BSB, Account number) é possível ir no seu banco e perguntar o preço, prazo e cotação para transferência. Importante mencionar que alguns bancos brasileiros são particularmente bons em cobrar taxas administrativas e enrolarem com papelada louca.

Outra opção é ir numa casa de câmbio e fazer uma remessa internacional. O esquema é o mesmo, pergunta preço, prazo e taxas. No meu caso, valeu mais a pena do que mandar por banco.

Em alguns poucos dias, o teu banco australiano manda um email confirmando que o dinheiro chegou. Chegando na Austrália, vc vai na agência do banco e dá teu passaporte, e recebe um cartão que te autoriza fazer saques e EFTPOS, um tipo de transação de débito. No caso do NAB, sei que você pode pedir um visa/master no mesmo dia (embora tenha número de cartão de crédito e você possa usá-lo em qualquer situação que peça crédito, o dinheiro é retirado da sua conta no mesmo momento).


Eu não mando dinheiro pro Brasil frequentemente, mas quando precisei mandei pela http://www.oiexchange.com.au/ . O sistema parece ter sido feito pelo sobrinho do dono, mas o atendimento sempre foi maravilhoso e o preço compensa muito.

domingo, outubro 12, 2014

domingo, outubro 05, 2014

E lá vamos nós pra mais um horário de verão!

Animados pra festa da democracia no domingo aí no Brasil?

A enrolada aqui não transferiu o título, então vai rolar aquela manobra bacana de mandar justificativa por carta por TRE e torcer pra tudo dar certo.

E o que tem em Sydney?

Tem dia de 30 graus <3
Tem Cider Festival em Watsons Bay, com ferries que estão abarrotados
Tem sol
Tem o primeiro ministro que quer implantar a NSA aqui, mas pior
Tem Art&About
Teve Fringe, mas nem fui e achei minúsculo perto do curitibano
Tem aranha que me pica, e galera no trabalho apavorada que eu ia morrer por isso
Tem drop bears
Tem opal card (que pra mim também ficou mais caro)
Teve Ritmo Brasil, o comecinho tava uma delícia! Comi bem, tomei caldo de cana, ouvi legião urbana e mamonas assassinas com um tal de SuperNova ou algo assim. Adorei.
Teve aventuras do passageiro muito bebado.


Já é horário de verão na Austrália!

quarta-feira, julho 23, 2014

Austrália: onde até as lâmpadas são zuadas

Depois de 2 anos por aqui, queimou uma lâmpada. Comprei, linda e formosa.

Abri o lustre, fui tirar a lâmpada... não rodava fácil. Fiquei com medo de quebrar o soquete (que tá puta trampo), fui olhar a lâmpada nova. A PARADA NÃO TEM ROSCA.

Assim ó:

Bom, nada como seutubo pra salvar nessas horas.



E fica aí mais uma dica da dona Cintia.

domingo, abril 20, 2014

Razões pelas quais páscoa é melhor na Austrália

1) Hot cross buns
O que falar desse pãozinho mágico vendido apena nessa época do ano? Vc esquenta ele 10s no microondas, é a coisa mais fantástica.

2) Ninguém te enchendo o saco por comer carne vermelha na sexta feira santa
Nada contra quem é cristão e acredita, acho justo e correto. Quem é vegan? Lindo.
Mas eu não sou. Não me olhe torto por comer meu thai com carninha de boi.

Aliás, aparentemente eles desconhecem no geral essa coisa de comer peixe, de quaresma, de tudo. Nunca reparei que crescer em país cristão também traria essa bagagem de coisas.

3) Choc hot cross buns
Versão chocolate. Oh lá em casa!

4) Fim de semana de quatro dias
O feriado do domingo passa pra segunda. Oxi.

5) Hot cross buns. 
Uiui.

6) Sem malhar o Judas no sábado de aleluia (que nem nome tem!)
Vamos combinar que é ridículo? Como faz pra explicar pras crias que nossa, não é bacana linchar uma pessoa independente do que ela fez de errado? Parabéns, galere.

7) Não é bem um feriado religioso
Acho que é bem o equivalente do nosso carnaval. Mais família, porém pra viajar e etc.

8) Chocolates não são piras
Se compra ovos, mas são menos elaborados, vem em caixas (o que deve facilitar pra eles não quebrarem tanto....), e sem brinquedos ou trocentas marcas.


O problema é estar tudo fechado em pleno domingo. Bah, Sydney, não me envergonhe na frente das visitas.

segunda-feira, março 24, 2014

Centrelink dos infernos

E aí, todo mundo vivo?

Ao que tudo indica, ainda estou vivona. Puta com esse centrelink, troço desorganizado dos infernos.

Então, fica a dica:
  • O caminho feliz é: os pais da criança se registram. Os dois vão lá juntos e registram a criança. Fazer qualquer coisa que não seja isso fará com que você encontre todos os bugs do sistema, e as inconsistencias de banco de dados vão sair pelo ladrão. 
  • Qualquer criança deve ser registrada. Toda mudança deve ser registrada. Mesmo que vc não receba benefício nenhum. 
  • As agências só servem pra recolher papel. Não sabem informar nada. Por telefone você pode ter sorte de falar com um dos poucos atendentes que tem algum conhecimento. 

Estou profundamente decepcionada com vários orgãos daqui. Medicare, so far, é o único que não me tratou como palhaça.

E eu pago imposto pra essa merda.

Aliás, olha que notícia bacanuda: We're a weird mob of unfriendly racists.

segunda-feira, janeiro 27, 2014

Das coisinhas idiotas: o fim do contrato de aluguel não é o fim do contrato de aluguel

Se vc tem um contrato de aluguel que diz "o contrato vai até 15/06/2015", isso significa que se você sair antes, terá que pagar a multa&custos. Depois disso, mesmo se você não renovar, você pode morar no apartamento por quanto tempo quiser enquanto estiver pagando aluguel.


(esse é ACT, mas a lei é igual)
http://www.tenantsact.org.au/FAQRetrieve.aspx?ID=49609

No.  There is no requirement to renew or re-sign a fixed term tenancy agreement
When your lease expires, your tenancy automatically converts to a periodic tenancy.


http://www.tenants.org.au/factsheet-09-you-want-to-leave
There are two types (check your tenancy agreement under 'Term' or 'Term of agreement'):
  1. fixed-term – for a specified term (e.g. 6 months)
  2. periodic – the fixed term has expired or is not specified

Então tá. Pra que renovar fixed term é uma coisa que ainda não está claro na minha cabeça, se vc ainda tem o direito de morar no lugar.
 

sexta-feira, janeiro 24, 2014

Existe preconceito na Austrália? Existe sim. Só saber olhar.

Denise fez um post fantástico no blog dela sobre racismo e preconceito.

http://awaywego-rumoaaustralia.blogspot.com.au/2014/01/existe-preconceito-na-australia.html 

Os meus comentários seriam tantos que fiz um post enorme e cheio de links \o/
Eu me sinto do mesmíssimo jeito. Não é nada descarado, é talvez tão ou mais sutil que o Brasil, mas pra quem tem olho treinado não é difícil identificar.

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Das evoluções: ser gay, lésbica ou bi é completamente super aceito. Nível: um colega novato contaria que saiu no fim de semana com o namorado, você ouve de gente que acabou de conhecer que agora tem um marido - e antes uma namorada de muitos anos. Não ouvi uma piada homofóbica ou transfóbica. Mentira, um dia me falaram que "I'm lightweight, but not gay" e eu fiz questão de me fazer de desentendida até a pessoa ficar sem jeito da piada idiota rs.

Por outro lado, homossexuais não podem casar. Podem registrar união, e para algumas coisas é similar. 

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Por outro lado, ser feminista aqui é feio. E as feministas, eu pouquíssimo número, ao invés de tratar dos problemas internos, ficam fazendo passeatas pras meninas do Afeganistão. Me poupe.

Uma ampla pesquisa da Fundação Perseu Abramo de 2010 constatou que apenas uma em cada cinco brasileiras têm uma percepção negativa do feminismo. Imagine só, mesmo com toda a propaganda anti-feminista feita há décadas sem trégua! 31% das brasileiras se assumem feministas.
(da Lola)

Eu fico chocada com as feministas daqui. No Brasil somos um grupo cheio de cores, de todos tipos de mulheres, casadas, solteiras, trans, negras. Com seus problemas, com mais ou menos representatividade, somos várias, e diversas. E as marchas e eventos e basicamente toda organização
e muito horizontal, na melhor vibe de 'quanto mais melhor'.

Aqui, se você quiser participar de algo, você manda seu currículo. Pra voluntariado. Ploft ploft ploft.

Tem coisa que não entendo. Essa vibe de menino-é-só-amigo-de-menino. Se menina tá com um cara, é um 'date'. O cara tem que pagar primeiro encontro. TEM-QUE. A vantagem é que se o cara foi um saco durante o jantar, pelo menos você não pagou \o\

E o lance de quando casa (e se amigar aqui não é casar), pegar o sobrenome do marido? Gente, anos 50 mandaram oi! A maioria das mulheres param de trabalhar quando tem filhos, eu não sei o quão difícil é voltar para elas. Mas é bem bem bem mais raro ver pais que fazem o mesmo, embora no geral eles sejam muito mais mãos-na-massa que a média brasileira.

Já ouvi muita piada machista. Quando estou por perto, às vezes rola um pega por conta disso, ou mesmo outras pessoas mesmo falam que não é aceitável. Mas tem - bastante, mas menos que o Brasil. Por outro lado, tive duas situações de assédio chatíssimas no trabalho, e todas foram imediatamente levadas em consideração e medidas tomadas: e isso eu nunca esperei.

Aborto é normal, aceitável e tudo o mais. Porém não é direito. Simplesmente é feito porque é feito, mas um médico e uma mulher poderiam ser processados se o fizerem. 

Acho que a coisa é muito mais velada. Como disse minha amiga, você sai com decotão e os olhares não são de aprovação. Podem não falar bobagens, mas eles só se travestem de "respeitamos sua cultura", mas na verdade não é por aí - eles só não vão assumir na tua frente.
Existe uma entidade que eles creem de "tal pessoa não se adaptou a cultura australiana", "not a cultural fit". Em bom francês, BULLSHIT. Eles não querem lidar com o diferente.

Se você não acredita em nada disso, tivemos um painel esses tempos sobre gender cognitive bias, e foi muito bom. Fica aí os links dos slides e material.

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Sobre os refugiados, é terrível. Os relatos (e aqui outro) de quem trabalha com eles não dão conta de uma situação minimamente humanizada, com gente que sofreu todo tipo de trauma.

E continua.

Instead, a recent survey conducted by UMR Research found that 48 per cent of a nationally representative sample (weighted against census data) approve of the present treatment of asylum seekers, while 60 per cent think that the Government should increase the severity.
Bacana?


Em lugares com menos imigrantes, chegam a te perguntar o teu visto, se vc pode trabalhar. É líquido e claro que a maior parte dos australianos desaprovam as políticas de imigrante, embora ninguém vá realmente ser violento ou te xingar. A coisa é sutil, sutil.

E talvez isso explique porque eles não se misturam. Simplesmente chegam ao ponto de não entender sotaques externos. Acho que quanto mais escolarizado, melhor visão dos imigrantes os australianos tem.

Mas ainda me irrito quando um australiano me pergunta se pretendo voltar pra casa.

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Acho incrível como parece que eles conseguiram ser PIORES pros aborígenes que o Brasil para os índios. Parabéns a todos os envolvidos, até 1967 eles nem eram contados no censo como australianos. Leia também sobre "Stolen Generation", de ter um troço. E você pensa como se sentem as mães aborígenes de hoje. Descendentes de aborígenes basicamente não tem a menor condição de estudo, relatos de quem foi nas escolas deles e disse que simplesmente eles não tem professores, material ou mesmo um teto sem goteiras.

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Pra finalizar o post cheio de links, mais um. Putting the 'I' in idiot, Australians don't know what they want.

terça-feira, janeiro 21, 2014

Prq acho mais fácil ter filhos aqui

http://www.lifehacker.com.au/2014/01/can-you-ask-someone-with-a-noisy-baby-to-leave-the-quiet-carriage/

Fico surpresa como o povo aceita criança em público. Adoro.